A deputada Eliane Novais (PSB), que solicitou a audiência, informou no evento que vai propor a instalação, na Assembleia Legislativa, de uma Comissão de Desenvolvimento Sustentável. Na avaliação da deputada, esta é uma maneira de estimular o debate e assumir compromissos com a causa. A sugestão foi feita pelo senador João Capiberibe (PSB-AP). A audiência foi realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da Casa.
Para Capiberibe, o Brasil até tentou construir a Agenda 21, no entanto, segundo ele, esta agenda é eminentemente política. “O que mais gerou insatisfação foi que, de concreto, tem pouca coisa dos chefes de Estado. Se você pegar o extenso documento produzido, que fala de vários aspectos ambientais, na hora de propor, na hora de sugerir, de enfrentar, de se confrontar com os problemas, não tem absolutamente nada de concreto”, disse.
Por outro lado, como resultados positivos da Rio +20, o parlamentar percebeu uma maior mobilização popular. “O que nós temos de extremamente positivo na Rio + 20 é a participação da sociedade civil, da demonstração de vitalidade e criatividade da sociedade civil. Outro fator também que é novo, que nós não tínhamos em 1992, é essa comunicação pelas redes sociais, a comunicação pela internet. Tivemos a possibilidade de contar com as redes sociais que foram capazes de fazer grandes mobilizações”, salientou Capiberibe.
O presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente do Ceará (Conpam), Paulo Henrique Lustosa, disse que o resultado da Conferência “foi frustrante”, uma vez que a sociedade esperava mais da Rio+20. No entanto, Lustosa enalteceu o protagonismo brasileiro. “É verdade que o texto é generalista, é vago, é pouco objetivo. Mas teve uma coisa importante: confirmar toda a Agenda de 92. Teve um momento que a gente estava correndo o risco de não reafirmar esses pontos”, disse.
Também participaram do debate a presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Ceará (Senge), Theresa Neumann Santos de Freitas; a representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), Lúcia Bona; o presidente do Sindiágua, Jadson Sarto; a representante da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Margareth Carvalho; representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dentre outras autoridades.
RW/CG